sexta-feira, 14 de novembro de 2008


MÚSICA

E LITERATURA INFANTIS



GÉNEROS MAIS PRODUTIVOS NO TRABALHO COM A CRIANÇA



Ler, cantar, tocar, dramatizar com a criança é deveras importante para o seu desenvolvimento saudável e motivado. Dependendo da faixa etária, é importante que se dê realce a um ou outro género mais profícuo para cada uma delas.

As lengalengas aplicam-se claramente, por exemplo, aos meninos que estão já a caminho do primeiro ciclo do Ensino Básico ou no início do mesmo, ao passo que o texto poético aplicar-se-á antes a crianças um pouco mais crescidas que tenham um pouco mais aferido já o sentido rítmico e imagístico.

Muito haveria a expor relativamente à individualização de cada género, mas

o que importa salientar é que é preciso estar atento às pistas que a criança nos vai deixando no contacto com as experiências que vai vivenciando e que o professor deve proporcionar a cada dia.

Com vista a fomentar a diversidade, o professor deve trabalhar, então, os diferentes géneros da Literatura Infantil, realçando não só a qualidade estética de cada um deles, como também o que é inovador.

Estes géneros (contos, fábulas, lenga-lengas, trava-línguas, poemas…) caracterizam-se diferentemente e possibilitam também eles tratamentos diferenciados. Cabe ao professor abrir as janelas para o mundo através deles, deixando os alunos sedentos de descobertas e de reflexões sobre a sociedade, questionando-a e transformando-a.

No entanto, convém recordar que as estratégias para tratamento de cada um deles também devem ser múltiplas, para que a motivação e a rotina não desabem sobre o que devia ser o maravilhoso de um texto. Assim, o professor não poderá nem deverá tratar um texto meramente através de fichas de trabalho excessivas ou de questionários sucessivos.

Deve utilizar meios que evitem matar o prazer pela leitura ou pela audição e que tenham em conta o que melhor corresponde às expectativas, aos desejos, aos sonhos das suas crianças.




Lengalengas

João…

Tira o gabão

Vem o Suão

Dos lados do Sião

Ai não…

No avião, o chão é uma ilusão

Por distracção

Vão todos pró Japão.

Com o pião

Joga na mão

Deita no caldeirão

Senão,

Vem um lobão

E pagas um tostão

Pró São João

Te dar um borregão.

E pra Cantão

Onde o Barão

Assopra um furacão,

João…

Não deixes, não

Olha a navegação

E pois, então,

Vai tudo pró porão.

Vitorino, Cantigas de Encantar pelos porquinhos

e o lobo mau. Lisboa: Lisboa Editora, 2000



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