quarta-feira, 7 de maio de 2008



A criança e a disciplina
Serviço de Pediatria do Hospital de São Marcos de Braga| 2007-12-27
É natural que um dos pais assuma o papel de disciplinador,
mas se esse papel não for igualmente partilhado por ambos,
os filhos podem ver um dos pais como o "bom" e o outro como
o "mau".
"A disciplina é o segundo presente mais importante que um pai pode
dar a uma criança. O amor vem em primeiro lugar.
"

T. Berry Brazelton

Um dos objectivos essenciais da educação, a ser alcançado a longo prazo,
com constantes avanços e recuos, é ensinar os filhos a serem disciplinados,
orientando-os para que ajam de maneira aceitável e aprendam a conviver
com regras e limites:


- Em pequenos, conseguir que tenham, desde cedo (primeiro dia de vida),
uma rotina para fazerem as suas refeições, tomar banho e dormir sem muitas
confusões.


- Quando maiores, que façam adequadamente os trabalhos de casa, sejam
educados,aprendam a cumprimentar as pessoas, agradecer um presente,
sem nunca perderem a iniciativa própria.


- Na adolescência, que saibam aceitar horários para chegar a casa, tenham
responsabilidade e autonomia com as suas tarefas escolares e os seus pertences.


Estes são apenas alguns exemplos, pois os limites variam muito em função do
que é esperado em cada cultura e em cada família.


Todo o lar deve ter as suas próprias regras, que devem ser respeitadas e
aplicadas coerentemente e com o comum acordo dos pais
(tarefas domésticas, mesada, televisão,horários para dormir, etc.).


É natural que um dos pais assuma o papel de disciplinador, mas se esse
papel não for igualmente partilhado por ambos, os filhos podem ver um
dos pais como o "bom" e o outro como o "mau" - situação que é muito
difícil de reverter. É, por isso, fundamental uma partilha constante
de cuidados.


Existem várias formas de disciplina. Seguem-se algumas que vale a pena experimentar:
    Avisos - ajudam a criança a estabelecer limites e a prepará-la para a mudança;
    Silêncio - como são constantemente interpeladas, corresponde a uma forma
    surpreendente de captar a atenção da criança;
    Fazer uma pausa - cessa o mau comportamento e permite aos pais
    acalmarem-se;
    Repetir as coisas, da forma certa - ao incentivar as boas acções vamos
    encorajar a criança, o que lhe permitirá readquirir autocontrolo e sentir-se
    recompensada;
    Reparar - leva a criança a pedir desculpas e fá-la entender que "o crime
    não compensa";
    Perdão - incentivo para melhorar o seu comportamento.
    É importante a criança sentir que pode ser perdoada;
    Planeamento - os pais enfrentam em conjunto os problemas,
    levando a criança a planear e a resolver problemas;
    Humor - uma forma agradável de ultrapassar os problemas,
    "quebrar o gelo", sem nunca entrar no gozo.
Formas que se revelaram inúteis:
    • Castigos corporais;
    • Vergonha, humilhação;
    • Lavar a boca com sabão;
    • Comparar as crianças umas com as outras;
    • Suprimir comida ou usá-la como recompensa;
    • Deitar mais cedo ou fazer uma sesta extra (a criança pode
    associar o acto de dormir a situações negativas, o que pode
    provocar alterações no sono);
    • Retirar o afecto, ameaçar com o abandono - a criança não
    se sente amada, sente medo.
"Educar é conviver com a criança, caminhar a seu lado e não por ela,
podendo oferecer o seu exemplo, que é uma das melhores formas
de ensinar e nunca esquecer que para educar é necessário tempo
para dar dedicação e amor.
"

E. Pisani Leite
Bárbara Pereira, com a colaboração da Dra. Carla Sá,
pediatra do Hospital de São Marcos de Braga

2 comentários:

Isabel disse...

Parabéns pelo blog!Gosto da forma como abordas os assuntos. Voltarei mais vezes!
Bj

Mónica disse...

Parabèns, encontro muito interesante teu blog. Gostei de ler hoje estas letras.
saludos, tudo bem?.