terça-feira, 3 de janeiro de 2012


PARA QUE NÃO ACONTEÇA...


Ensinaram-me as coisas importantes,

Que afinal o não eram.

Acumularam-me de conhecimentos,

De que ainda me liberto.

Ditaram-me nos cadernos de duas linhas,

Os exemplos que procuro não seguir.

Fizeram-me ler as histórias de santos, sábios e heróis,

Que eu não quero ser nem imitar.

Aprendi a geografia dos comboios,

Para viver na era dos aviões.

Soube de cor todas as constelações,

Que hoje se escondem no fumo das cidades.

Ensinaram-me a pescar nos rios e regatos,

Em que bóiam as garrafas de plástico.

Quando eu sabia tudo,

Atiraram-me para a vida, de que eu nada sabia

E onde era tudo ao contrário, do que aprendera.

Habituei-me a raciocinar pelo contrário.

Não era infeliz, era desarmado

E tive, de aprender de novo,

Tudo o que não me haviam ensinado

E que eu quereria não ter aprendido.

De:
Jacinto Magalhães
In "Entre Mim e o Outro"

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Dá que pensar...


O Nó do Amor

"Numa reunião de pais numa escola da periferia, a directora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos e pedia-lhes que se fizessem presentes o máximo de tempo possível... Considerava que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deveriam achar um tempo para se dedicar e entender as crianças.

Mas a directora ficou muito surpreendida quando um pai se levantou e
explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo, durante a semana, porque quando ele saía para trabalhar era muito cedo e o filho ainda estava dormindo... Quando voltava do trabalho já era muito tarde e o garoto já não estava acordado.

Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da
família, mas também contou que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa. E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.

A directora emocionou-se com aquela singela história e ficou surpresa quando
constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.

O facto faz-nos reflectir sobre as muitas maneiras das pessoas se fazerem
presentes, de se comunicarem com os outros. Aquele pai encontrou a sua, que era simples mas eficiente. E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afectivo, o que o pai estava lhe dizendo.

Por vezes, nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos
o principal, que é a comunicação através do sentimento. Simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais do que presentes ou desculpas vazias.

É válido que nos preocupemos com as pessoas, mas é importante que elas
saibam, que elas sintam isso. Para que haja a comunicação é preciso que as pessoas "ouçam" a Linguagem do nosso coração, pois, em matéria de afecto, os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.

É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afecto, cura a dor de
cabeça, o arranhão no joelho, o medo do escuro. As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas SABEM registar um gesto de amor. Mesmo que esse gesto seja apenas um nó num lençol... "


Via E-Mail



CONVULSÕES FEBRIS

"A convulsão febril é bastante comum na infância. Crianças pequenas (entre 3 meses e 5 anos) são as mais propensas a esse tipo de evento quando têm febre.
A convulsão é uma crise epiléptica ocasional. Não é portanto, sinônimo de epilepsia.
Qualquer fator que eleve a temperatura do corpo (tanto doenças quanto fatores ambientais) pode determinar uma convulsão.
A maior probabilidade de que aconteça uma convulsão febril é em meninos, com idade entre 6 e 36 meses, com pico de incidência aos 18 meses. A cada 5 casos de convulsão febril, 3 são meninos e 2 são meninas.
A duração da crise convulsiva costuma ser curta; normalmente não ultrapassa 5 minutos e raramente chega a 30 minutos.
As características principais são abalos musculares na face e membros superiores; a criança vira os olhos para cima, saliva e faz barulhos com a boca e a garganta.
Quase sempre a criança se recupera totalmente, sem qualquer seqüela. Infelizmente, não é o que acontece com os pais.
É bastante assustador ver um filho durante um episódio de crise convulsiva. A sensação de impotência é terrível, passam muitas dúvidas pela cabeça; a ansiedade é muito grande.
Neste momento, o melhor a fazer é tentar manter a calma. Deite a criança e ponha sua cabeça virada para o lado, para que não ocorra aspiração de saliva ou vômito; apoie a cabeça sobre as mãos ou algo que a proteja de possíveis machucados durante a crise. Não tente segurar a língua; não é preciso e pode causar ferimentos em quem puser os dedos na boca da criança durante a crise.
Faça compressas frias para baixar a febre e, assim que possível, leve a criança a um atendimento médico de emergência para que sejam tomadas todas as providências necessárias.
Existe o risco de recorrência da convulsão febril. Quando a primeira crise acontece antes dos 12 meses, a probabilidade é maior. A recorrência não significa que a criança virá a desenvolver uma epilepsia.
É importante verificar se a crise foi desencadeada simplesmente pela febre; pois doenças como a meningite podem causar convulsões, bem como alguns tipos de medicamentos empregados no tratamento de infecções.
Não há evidências, como já foi dito, que a convulsão febril deixe qualquer seqüela, incluindo distúrbios comportamentais ou rebaixamento intelectual."


Claudia Silveira, neuropsicóloga

Porque é importante saber identificar e saber agir!